A Baleia Branca Moby Dick

A Baleia Branca

Cortando o imenso oceano azul,

Parte o navio baleeiro, chefiado

Pelo misterioso capitão Ahab,

que quer Moby Dick enfrentar.

Todos os pobres e valentes homens

Acostumados aos perigos do mar,

Serão convencidos pelo capitão a

Uma terrível baleia branca caçar.

Ismael, Queequeg e tantos outros

Querem apenas se aventurar,

Mas desconhecem que um louco

Quer uma vingança consumar.

Quem é Moby Dick, o imponente

E terrível cachalote cuja bela

E deslumbrante cor branca

Vem nossos olhos fascinar?

Será ela o Leviatã, um demônio,

Ou a força implacável da natureza

Que ninguém deveria ousar desafiar?

Por que dela Ahab quer se vingar?

Ahab conduz os homens que, hipnotizados,

Por sua insensatez se deixam fascinar,

E não ouvem Starbuck, que tenta alertá-los

De que um maníaco os está a comandar.

Maria Cândida Vieira

MOBY DICK – (CHAMAI-ME ISMAEL)

Um astro vai seguindo, com cega obstinação,

e na estiva o Pequod altivo baunilha e mirra

não carrega. O valente capitão, bravo de birra,

e seus intrépidos demônios armados com arpão,

sedentos são de óleo, sangue e aventura

(hesitantes estão perante a silente majestade

do leviatão, da sua estranha olímpica beldade).

De tarde o astro-rei vira opaca pedra obscura:

-range o forte mastro dobrado pelos ventos

enquanto a proa grava fugazes arabescos

nas tímidas maretas e fogem os grotescos

narvais soltando seus lúgubres lamentos.

Aves marinhas, com assombrosos gritos,

olham das nuvens os remadores sanguinários:

-pobres almas pressentindo os súbitos sudários...

de algas e líquens serão feitos seus vestidos.

Furiosos os blasfemos afundam gélidos punhais

lampejantes no imenso e severo símbolo divino,

mas Moby Dick, germano do albatroz e do destino,

na horrenda foz precipita os insolentes mortais.

Volta a espuma a recobrir o antigo manto arcano,

glauca alegoria da força inenarrável do Absoluto:

-não ouse profanar -o caçador perverso e bruto-

o império transcendente do místico Oceano!

Richard Foxe