Minha Poesia Sua Fala
Circular,
o rio corre para o mar.
Luz! Diante do espelho, cala.
E fica sendo sua poesia
minha fala.
Ah! se todos nós, os perdidos,
nos encontrássemos, poderíamos
reinventar o mundo.
Quem sabe um mundo de poetas
errantes, confusos, amantes.
Quem sabe um mundo de provocações:
Implicantes?!!!
Sei lá .... Talvez pudéssemos
inventar um mundo sem inventos
onde só a poesia pudesse reinar.
Mas o tempo está tão seco,
e quando chove só cai canivete.
Por isso fica sendo minha poesia
sua fala.
Chovia
Cantei
Parecia
Assobiei
Foi um vento
Lamento
Que a saudade
Já sei....
Chovia amor feito doce magia
Tocou os seus lábios mas não percebeu
Por que amor só chovia, chovia, chovia.
Mas era eu de verdade
Que de tanta saudade
Chovia, amor, gotas de poesia.
Assim vou pingando pela rua
depois volto me catando:
Uma é minha, outra é sua.
Vou pingando pela rua
depois volto perguntando
Qual é minha, qual é sua?
E se de repente me encontrar
abrace-me com ternura
ou me perco sem passado nem presente
e vou pingando pela rua.
Americo Paz / Simone Aver