Requiem Aeternam
"Na grande Páscoa azul dos Misticismos!"
Maranhão Sobrinho
Posta ao leito derradeiro,
Em que os lívidos rosais
Misturavam-se ao teu cheiro
Em olências virginais.
Eram brancas formas, claras,
Entre pétalas de luz.
Tuas mãos pequenas, raras,
Sustentavam uma cruz...
Em teus olhos — tão cerrados —
Segredavam-se as visões,
Eram sonhos de passados,
De venturas e paixões.
Sob o seio, a juventude
Repousava a adormecida.
Em teu rosto a angelitude
Desbotava-se vencida.
As madeixas debruçadas
Eram quais jardins floridos,
Tinham cores de alvoradas
Dentre as flores e os tecidos...
No vapor dos incensários
Evolavam-se orações,
— Círios, terços e rosários —
Em etéreas comoções.
Das pinturas dos vitrais,
As luzências se escapavam
Em imagens celestiais,
De mil anjos que chegavam.
O pastor no extremo rito,
Consagrava o seu amém,
E as falanges do infinito
Ascendiam-te ao além...
28 de Junho de 2017