Talvez nem tenha nome anunciado...
Só pelo frêmito da folhagem.
O riso invisível...
O grito de um pássaro...
O escuro da voz.
Certa doçura...
Certa violência.
O espesso...
Volúvel tecido da noite...
Agora a roçar
O corpo da água.
E por fim
A muito lenta paixão...
Do fogo...
Sufocada...
Era o verão.
Eugênio de Andrade.
...
Era verão...
Daqueles de tirar o folego.
Qualquer palavra poderia anuncia-lo...
E qualquer solidão poderia ser aquecida.
Mas eu a esperei para ama-la...
Por detrás do meu sorriso...
Onde invernos e primaveras...
Me gastava em seus atritos.
A paixão não declarada...
Era um vento tépido...
Perturbava...
Como tocava.
Pela cordialidade...
Vivacidade e a diferente...
Temperatura de dois.
E envolvidos em recreios...
Minha vontade de amar..
Tropeçava em mim.
Intimamente conduzindo...
Induzindo provocando...
A pele deserta de gestos...
Estava solto...
Com aquela que me conhecia.
Nua !!!
Na busca acentuada...
Da voz altiva...
Em todos lugares do meu corpo.
Sim !!!...
Era verão...
Quando o Sol apareceu.
Como um sonho...
Que tem o seu fim...
Na lenta paixão...
De seu equador celeste.
Romilpereira