Talvez nem tenha nome anunciado...
Só pelo frêmito da folhagem.

O riso invisível...
O grito de um pássaro...
O escuro da voz.

Certa doçura...
Certa violência.

O espesso...
Volúvel tecido da noite...
Agora a roçar
O corpo da água.

E por fim
A muito lenta paixão...
Do fogo...
Sufocada...
Era o verão.

Eugênio de Andrade.
...

Era verão...
Daqueles de tirar o folego.

Qualquer palavra poderia anuncia-lo...
E qualquer solidão poderia ser aquecida.

Mas eu a esperei para ama-la...
Por detrás do meu sorriso...
Onde invernos e primaveras...
Me gastava em seus atritos.

A paixão não declarada...
Era um vento tépido...
Perturbava...
Como tocava.

Pela cordialidade...
Vivacidade e a diferente...
Temperatura de dois.

E envolvidos em recreios...
Minha vontade de amar..
Tropeçava em mim.

Intimamente conduzindo...
Induzindo provocando...
A pele deserta de gestos...
Estava solto...
Com aquela que me conhecia.

Nua !!!
Na busca acentuada...
Da voz altiva...
Em todos lugares do meu corpo.

Sim !!!...
Era verão...
Quando o Sol apareceu.

Como um sonho...
Que tem o seu fim...
Na lenta paixão...
De seu equador celeste.

Romilpereira
ROMILPEREIRA e Eugênio de Andrade
Enviado por ROMILPEREIRA em 15/11/2018
Código do texto: T6503727
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