PELAS RUAS
Pelas ruas, ombro a ombro,
Eu caminho indiferente,
Às pessoas que me empurram.
Trago a mente programada,
Para não ver os sorrisos,
Que começam, meio esquivos,
E se apagam sem avisos.
Pelas ruas, alma desnuda,
Uma solidão absurda,
Mesmo em meio a tanta gente,
Perdidas talvez, como eu,
Na estranheza da sina,
Por fora luz, por dentro breu,
Dores se cruzam em cada esquina,
Congestionam o ambiente.
O meu rosto é uma tábua,
Tábua rasa, plana, lisa,
Não mostra os espinhos que a vida,
Caridosa, sempre alerta,
Jogou aos meus pés
Como oferta
E eu, distraída, pisei.
...Eu bem sei,
Isso faz parte das ações,
“No mundo tereis aflições”,
E eu não estou ilesa,
Mas, o que eu posso, eu faço,
Me maquio, escondo o cansaço,
Sofro com delicadeza.
HLuna
Deley