Mais morto do que vivo (é assim que me sinto)
DUETO POÉTICO
Poeta
Miguel Guerreiro
Londres
Francisco Eufrasio
Fortaleza - Ce
Mais morto do que vivo (é assim que me sinto)
É à noite que penso no dia
e que sem cor esqueço a alegria,
nesta cama ou nessa sala,
sempre que te calas e não falas.
É com chuva e sem vento
que sem sol me perco no tempo,
que perdido neste quarto,
choro ao olhar para o teu retrato.
É sem ti que penso na dor
e que sozinho morro sem amor,
neste sofá ou nessa porta,
sempre que me viras as costas.
É sem paz e com lágrimas
que sem sonhos fiz estas rimas,
que esquecido nesta casa,
sofro quando me cortas as asas.
Poeta: Miguel Guerreiro
Sinto o aroma do perfume dela
impregnado na minha roupa.
A minha pele parece estar em abstinência. O seu cheiro me viciou.
O meu coração sangra, os meus pensamentos entram em colapso.
Dos meus olhos caiem lágrimas
de tristeza e saudade.
Preciso voltar à realidade.
Quando chegar a noite, a tortura
é maior, sua energia ainda circula nas paredes do nosso quarto. Me envolvendo.
E meu coração apertado pede
socorro à razão.
Amor bandido me escravizou,
me iludiu, me feriu.
Tento relaxar, me recompor,
para decidir se vou partir
para outro amor.
(É assim que estou, mais morto do que vivo)
Poeta: Francisco Eufrasio da Silva
14 / 04 /2018