foto de Pedro Saad Farah - Céu de Franca - SP
Para minha professora de português,
Eulália Jacintho Mesquita ( in memorian)
ÁGUA
Adria Comparini
Perfeita demais toda natureza,
que nos dá a água de diversas formas,
e obedece sempre às várias normas:
gelo, líquida e vapor, com gentileza..
Água pura dos rios e mananciais,
trazendo vida, nutrindo sementes,
aparecendo frágil nas nascentes,
perpetuando belos lagos artificiais.
Sem ela, a água não sobrevivemos.
Mata a sede, sua importância é vital,
traz os doces frutos e as lindas flores.
Ao Criador nós todos agradecemos,
amando as fontes de forma especial...
A ela todo nosso zelo e penhores!
foto de Márcio Luis Cesário (Franca-Sp)
A ÁGUA... A SE FAZER PRESENÇA... EM TUDO
Paulo da Cruz
Úmida semente a fecundar no vivo recôndito de su’amada
Do prazer a que se flutuou sob leito naquele mágico instante
Cercado de risos e gemidos... afagos e esforços
Porém, jamais profano
A que não se mediam... nem se cobravam
É o amor!
E entre serras e planícies segue ela o seu curso... inexoravelmente
A sorrateira água...
A irrigar plantas... florestas...
Clorofila vital
E a matar a sede dos animais a que habitam em suas matas
Sem exceção
No âmago da terra onde suas raízes circunscrevem... e todas
E também a servir em sua humildade vilarejos e cidades
Oh, quanta generosidade!
E na dura labuta a céu aberto escorre o suor dos trabalhadores
Sejam nos urbanos aglomerados... sejam nos campos
Sagrada secreção física
(mas seria somente secreção?... eliminação corporal?)
Ah, como seria o mundo sem os braços deles?
Anônimos heróis... da vida!... E tão desconhecidos!
E no cansaço de suas lutas
Aqui vede tudo o que mais querem: um simples copo d’água
Da saliva a que não os satisfazem
Como a pedir aquele que na cruz também implorou:
“Tenho sede!”
Que mais o quereria que senão apenas um pouco d´'agua?
E quantos nos pedem no dia-a-dia
A que os negamos em nossa indiferença!
Um simples copo d'água!
Mas os tempos passam e ela também continua
E deste modo segue... a sagrad’água... em tod'espaço
Da terra a se refrescar com as sombras das nuvens
A cobri-la com o colorido de suas formas
E às vezes a chorarem sobre nós... sempre fresca e branda
A encher os rios e açudes os neles brincam as crianças
E por que não também os adultos?
E no útero de todas as fêmeas... a sustentar a pequena vida
Ainda que apenas dormente
Na bolsa a envolvê-las no amniótico líquido
A circundar e, sobretudo, proteger... a inocente vida
A que carregam em seus ventres
E a noite por fim chega
Sempre dinâmica em su’essência
Da mãe terra a que fecha suas cansadas pálpebras
E portanto... faz-se hora repouso... descanso... paz...
Precioso momento!
Da flor que na penumbra daquele instante se curva
A pedir igualmente tranquilidade e quietude
Como tudo a que desperto outrora era de dia
E o orvalho a cair suave e silencioso em seu solo
Quanta dádiva!... Quanta bondade!
Dos olhos da Vida a testemunhar nosso vigor e todo impulso
E como ela se alegra!
Todavia também a ter visto tantos mil a seus olhos
A que verte de sua face o seu choro
E como ela pranteia!
Todavia, não se desespera
Mas enxuga de sua testa a exsudação de nossas lidas
E até de nossa ingratidão
Guardando assim em suas mãos suas lágrimas sofridas
Ah, aquosa vida!
D’água em tudo... a se fazer presença...
Em tudo...
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Dona Eulália Jacintho Mesquita
Agradeço a bela interação do poeta e amigo
Jacó Filho
Do mar pra nossas veias,
A água trazendo vida,
Doce para ser bebida,
Salgada para sereias...