SONHO DE PRIMAVERA
Hoje eu sonhei contigo, minha amada... minha bela...
Desta minh”essência que ao repouso entrego
Antes de meu inerte torpor
Mas... como era ele delicioso... e poderoso sobre mim
E no silêncio da noite... sorrateirmanete entras então em minh’alma
A que estávamos num lindo e colorido bosque
Surreal imagem... como que nomundo de Alice...
A deixar as borboletas conversarem aos nossos ouvidos
E somente nós dois...
E nossas sombras a que também se enamoravam... e dialogavam...
A caminhar de mãos dadas... sem rumo... sem destino..
Conduzidos ao sabor da brisa
A seguir os raios do sol a transpassar as árvores e toda a mata
Inebriando-nos ao lisérgico aroma das flores
A mergulhar-nos no mais profundo de nossos corpos
E então logo sucumbimos.... imediatamente...
Em total abandono
E assim não era somente eu
Mas nós dois deambulávamos... no mesmo sonho
E de repente uma escura nuvem pairou nos céus
Prenúncio de forte chuva
Ao que olhávamos para cima.... mas sem medo.... sem pavor
E também nos olhávamos... diretamente
Beijei-a suavemente em seu rosto
E afaguei os seus anelados e escuros cabelos
Com as pontas de meus dedos
A que contemplava os seus olhos se fechando... devagarzinhos
A aprovar o meu simples carinho
Como és linda, meu amor!
Essa tua pele morena... e ao mesmo tempo alva
Os teus olhos vivazes e castanhos
O gesticular de teus braços
Tudo em ti me encantava...
E inesperadamente
Pequenas gotas da chuva nos surpreenderam
E nos mirávamos... e ríamos... dávamos gargalhadas...
Quais levadas e sapecas crianças a aprontar em suas travessuras
Ah, como era bom!
E o amor era então isso:
Um vivo e alegre momento infantil
E era tão lindo!
Todavia, a chuva engrossava
O que fazer naquele momento?
E eis que corremos... sem saber aonde daria
Na verdade, nem precisava...
E então nos deparamos com a entrada de uma gruta
Em que nela nos adentramos
Suas paredes brilhantes a que eram como estrelas noturnas
E como cintilavam!
Ao que seguimos a trilha daquela caverna
Sem mais ninguém
Somente nós dois
E sempre de mãos dadas
Inadmissível soltá-las
Às vezes sentia a sua cabeça em meu ombro
E seu perfume era como um delicado bálsamo
Em que naquele instante estávamos de frente
Um para o outro
Não podíamos mais resistir
E por acaso tínhamos forças para tal?
Ao que nos despimos... vagarosamente
E nos abraçamos... e nos beijamos
Instante belo... e único
Gérmen do paraíso
E fizemos amor... sem regras... sem receios... sem medo...
Naquele místico prazo... em que tudo era amor
E somente amor...
Ah! Aquele sonho!...
Sonho...
Dois corações entregues a um amor...
A distância? Insignificante...
A chuva cai...
Os corpos quentes...
Arrepiam...
Mãos entrelaçadas...
Celebram no olhar o prazer de estarem juntos...
Cúmplices?
Totalmente...
Ternura...
Encantamento...
Desejo...
Tudo...
Novamente ele a toma
Nos braços...
Beijos...
Afagos...
Comprometimento...
Dois...
Em um...
No olhar...
Selam o que só a alma...
Compreende...