O baile das letras
As letras bailam
Bailam solitárias
Bailam em pares
Bailam em grupos
Bailam em frases
As letras bailam
Bailam em versos
Bailam em tercetos
Bailam em estrofes
Bailam sem medo
As letras bailam
Em cariografia
Na poesia concreta
É arte
É poesia
As letras bailam
Em textos
Em crônicas
Em contos
Resenhas
Sempre uma dança
As letras bailam
Só precisam aparecer
São artistas
Bailarinas
Contagia
Quem escreve
E quem lê
(Scarlett)
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Agradeço a fascinante interação do poeta PAULO DA CRUZ...
No início
nada era infinito
e ilimitado
Espaço virgem
Não havia
o que com a visão
distinguiria Não havia o som
Não havia a luz
Não havia nada
Universo sem palavras
Absoluto silêncio
Dos sons
A que não se ouviam
Muito menos dos vocábulos
A que não existiam
As palavras
E afinal, o que são?
Como apareceram e vieram?
Como se formaram?
Alguém hoje se atreveria a responder
Que não sejam os místicos, curiosos ou poetas?
Ah, as palavras!
Morfologicamente
a que se tecem
pela comunhão de letras
Letras que se flertam... apaixonadamente
E se enamoram.... e se juntam... e se casam...
E, assim formam... as preciosas palavras
Todavia, seriam as palavras... apenas vocábulos?
Seriam somente substantivos pelos nomes que definem
Ou verbos pela ação ativa do que fazemos?
Ou simples construções ou combinações de letras?
Oh, as palavras
Não!
Com certeza não são somente palavras
São, em essência, o que são...
além delas mesmas
E, desta forma, faz-se preciso transcendê-las
Para, por isso, poder... amá-las
(Paulo da Cruz)