Luz do mar
A madrugada não recolhe os meus pecados
Um corvo, covarde bêbado pela esquina que me esqueceu
E você, como uma bailarina das mansões sentimentais, falece
Uma tôrre, como pendão de perdões e lamentos
E das brumas de um farol que me basta
E de um cordão que enrola na. minha face como um furacão
Um vendaval de mãos e beijos, paraíso de nós
Telemetria de calma e ventania
Tua boca como um lago que rouba silêncios e lenços
Um coração de vales, cachoeiras e estilhaços de nós
Vela de um barco, como lema da minha bandeira
Como um olhar de um sentimento perdido
E de tuas mãos que me abrigam.
Cláudia Gonçalves & Carlos Gurgel.