FAÍSCAS
Eduardo Tenório // Nádia Mello
São dois corpos, duas faíscas
A distância que separa os corpos
Não permite que as faíscas se toquem
Para que uma grande chama seja acesa.
Pois eis que a imagem que meu sonho faz de tua ausência é mais do que simples faísca. Um vulcão em erupção que lança chamas de amor
cobrindo qualquer distancia que se atreva
Mas faíscas brotam na alma
Percorrem a distância que separa os corpos
E alojam-se no coração.
Então é o coração de minha alma um poço de infindáveis faíscas a
lançar labaredas para incendiar o seu amor
E no coração é fecundado o desejo
Que depois da fecundação
Começa a gerar uma paixão intensa.
O desejo e a paixão não fecundaram, fundiram-se num só querer.
Você.
A paixão, quando bem alimentada
Torna-se uma forte aliada do amor.
Minha paixão e meu amor são querências siamesas transformados em desejos insuportáveis. Consolam-se na saudade e regozijam-se em sua
presença.
Corpo e alma se mesclam
Tornam-se apenas um
E passam então a se amar com paixão.
Meu concreto sobrevive das gotas de amor que escorrem de meus
abstratos. O corpo sofre, a alma dança.
A distância deixa de existir
E as faíscas podem então se tocar
Fazendo nascer a grande chama
E corpos, antes separados, se unem
Para viver uma linda história.
Sim.