FAÍSCAS

Eduardo Tenório // Nádia Mello

São dois corpos, duas faíscas

A distância que separa os corpos

Não permite que as faíscas se toquem

Para que uma grande chama seja acesa.

Pois eis que a imagem que meu sonho faz de tua ausência é mais do que simples faísca. Um vulcão em erupção que lança chamas de amor

cobrindo qualquer distancia que se atreva

Mas faíscas brotam na alma

Percorrem a distância que separa os corpos

E alojam-se no coração.

Então é o coração de minha alma um poço de infindáveis faíscas a

lançar labaredas para incendiar o seu amor

E no coração é fecundado o desejo

Que depois da fecundação

Começa a gerar uma paixão intensa.

O desejo e a paixão não fecundaram, fundiram-se num só querer.

Você.

A paixão, quando bem alimentada

Torna-se uma forte aliada do amor.

Minha paixão e meu amor são querências siamesas transformados em desejos insuportáveis. Consolam-se na saudade e regozijam-se em sua

presença.

Corpo e alma se mesclam

Tornam-se apenas um

E passam então a se amar com paixão.

Meu concreto sobrevive das gotas de amor que escorrem de meus

abstratos. O corpo sofre, a alma dança.

A distância deixa de existir

E as faíscas podem então se tocar

Fazendo nascer a grande chama

E corpos, antes separados, se unem

Para viver uma linda história.

Sim.

Nádia Mourão
Enviado por Nádia Mourão em 14/08/2007
Reeditado em 17/10/2008
Código do texto: T606793
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