Dentro do silêncio
O tempo passou avesso
nas entranhas, 'o meu ser',
na janela da minh'alma
não via nada perecer
aguardar, eriçam vias,
vou tecendo o amanhecer
unindo pensamentos
os de alma hão de ter
lado a lado, em cada linha,
costurando o viver!
Sórdido no espaço,
inerte, largo arquitetei
meu esperar já me dizia,
dos caminhos que inventei
no gotejar do tempo em mim
muitas minas eu cavei
no tempo infame do esperar
um diamante encontrei!
Nesta busca incansável
meu garimpo é a rotina
nele encontro diamantes
como encontro ouro em minas
volto e abro a janela
vejo novas esperanças
talvez outras, não aquelas,
que eu tinha na infância.
E a esperança vem a mim
Dá-se, então, um bom renovo,
como a onda que repete
indo, vindo, tudo novo,
e, novamente, torno andar,
nos caminhos que inventei
até que a esperança então se vá
ela voltará, acho que sei!
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"Dueto com Fábio Rezende, um parceiro na escrita, de pensamento claro e objetivo e de um olhar plural a respeito da vida. Unimos nossos pensamentos nessa obra que muito me encantou, me modificou e que também muito me ensinou. Sincronizamos nosso sentir nesta simples, porém, singela explanação sobre a esperança. Obrigado pela parceria!"