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(Imagem do Google)


GOIABEIRA
Odir Milanez
 
 Fartas teu fruto à sombra companheira,
onde descanso os tons da travessura.
Dás-me teus galhos - fonte de aventura,
às vezes sonho, às vezes verdadeira.
 
Quando me embalas,  lépida e ligeira,
nas lufadas de vento, a certa altura,
desertas dos meus olhos a leitura,
e me atentas com nova brincadeira!
 
Teu fruto, avermelhado e apetitivo,
concede-me o pretexto e o lenitivo
de viver o teu verde! E, a tarde inteira,
 
marulhando em teu mar abstrativo,
ao meu mundo criança dou motivo
de navegar teus galhos, goiabeira!...
 
 
JPessoa/PB
14.03.2017
oklima
 
 
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e o versa em versos à vida...


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Achavas que eu iria perder a chance, musa minha, Ysolda Cabral?


 

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Bom dia, meu Poeta Odir Milanez! Depois que li esse seu soneto, lembrei de um acontecimento e resolvi voltar aqui para lhe contar:

 
      Contava a idade de seis anos e enlouquecia mamãe com minhas peraltices. Não queria saber de estudar, por acreditar que isso podia ficar para depois. Eu só queria saber de brincar de boneca, brincar de correr, brincar de pega-pega, de esconde-esconde... A Goiabeira, da casa de minha tia Olga, era o meu esconderijo preferido, pois além de ser uma árvore acolhedora, de galhos fortes, longos e frondosos, sabia me escutar como ninguém. Era a minha melhor amiga, além de conselheira e protetora dos castigos de mamãe, quando eu fazia por merecer. Nessas ocasiões, ela resistia até aos carinhos do Vento, sem se mexer, para não revelar minha presença ali! - Ah, que amiga mais querida! Com ela eu passava horas e horas. Fome eu não sentia! Seus frutos eram deliciosos e davam praticamente o ano todo. Mas, como nem tudo é perfeito, certa ocasião, ao fugir do castigo de mamãe, corri até ela e não percebi que os seus novos filhos, digo galhos, já um pouco crescidos, não gostavam da minha presença, eu acho. Então, quando pisei no primeiro galhinho que encontrei na subida, agarrada no tronco da mãe Goiabeira, um deles fez questão de envergar e fui, literalmente, ao chão! Quebrei a perna esquerda e tive que passar dois ou três meses com ela engessada. Sem falar que o meu esconderijo havia sido revelado a todos da redondeza. Hoje, ao lembrar deste triste episódio, compreendo que aquela foi a primeira vez que fui vítima de ciúmes...
 
Praia de Candeias,
manhã de março do dia dezesseis.
Ysolda Cabral


Para ouvir a música, acesse:
http://www.oklima.net
 
oklima e Ysolda Cabral
Enviado por oklima em 14/03/2017
Reeditado em 16/03/2017
Código do texto: T5940860
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