UM MERO VESTIDO
Afirmei aos quatro ventos
Que alma não possuía...
Conjurei basflêmias deliciosas à amores doces, singelos...
Pra ser sincero era divertido...
Até que um vestido.
Um mero vestido,
Me desapropriou o rumo,
Tirou-me do prumo.
Bagunçou minha bagunça nata.
Tumultuou a alma desgarrada.
São tantas as reviravoltas da vida,
Como recolher as palavras proferidas
E aprender a dar valor ao sentimento?
Encontrar o caminho que perdeu o sentido,
Por ter escolhido a emoção à razão,
Por ter descuidado da essência.
O fato é Que comigo foi feito um estouro repentino, que não se sabe de onde vem ...
Pra onde vai
Nem porquê veio.
A moça...
Musa...
Fez me padecer num Paraíso de sentimento rotos, ilusórios e Liristas...
E eu?
Pobre mortal,
Como compadecerei do destino
Sem achar culpado?
Cada um tem o que merece,
O que busca,
Acredito ser necessário o sacrifício,
Dono da própria vontade de conquistar o mundo
Sem perder a liberdade da vida
De quem seria a culpa?
Da musa...
Que usa
Abusa
De todo meu ser...
Que usa um vestido Verde e
Acha divertido
Que me sinta perdido
Pelas palavras que pronuncia?
Ou, a culpa é minha por
apaixonar-me pelos trejeitos da musa Travessa
Que por um descuido do implacável destino
Desassossegou minh'alma desaparecida e meu coração dilacerado?
Culpo à Musa por ter esse sorriso...
Culpo à mim mesmo por me apaixonar por ele...
Isso
Apenas isso...