Banquete
Se num banquete ideal,
o amor é servido em taças,
Vou sorvê-lo, aos poucos,
Em goles brandos,
Sedentos de ternura.
A língua a deglutir o mel
Do néctar embriagante da paixão
E a extraí-los dos favos,
Que se abrem em flor.
Amor é bebida que se toma quente,
Como gengibre, vinho e cravos,
Fervidos na estação invernal.
Aquece o peito e burbulha na alma
O desejo de ser um, sendo dois,
Olhos nos olhos,
Boca a boca,
Num abraço estreito,
Simbiótico,
Erótico,
Energético.
Brindemos a ele,
Sorvendo-o do cristal onírico,
Seu viço, que encoraja-nos,
A dar vazão aos impulsos
Que fogem à razão,
Tão cega e embrutecida,
Pelo juízo imperioso
E a imponderável desdita
De quem não teve a sorte de experimentá-lo.
Por Lara Machado)
O sábio não sabe
Que o seu saber em vaga eloquência
Não viu o fogo que arde e não consome
Insaciável, queima de dentro pra fora
Mesmo com toda leniência
Ruboresce a pele resseca a boca
Como a poesia que aflora
Treme os membros e não sacia a fome
Liberta a paixão quase louca
Amor é assim tudo em mim
Culmina em você
Respiro teu ar contemplo teu céu
Sem precisar nenhum clichê
Então num repente cai o véu
Só o desejo atesta
Apanho duas taças de bom vinho
Entre finos lençóis de linho
Faremos a nossa festa.
Por James Assaf
Obrigado, Caríssima amiga de longa data (Desde os Blogs) Lara Machado pela inspiração que me sugeriu um Dueto.
https://www.facebook.com/lara.machado2?fref=ts