Doce Lascívia
Acaricio mansamente
as névoas da tua boca.
Deixo as neblinas livres
e afugento a tristeza
que ronda o ar parado, noturno.
O luar vira concha, me refresca.
abraça-nos diante das estrelas,
que se completam de amor
e esquecem que somos um só,
num redobrar de tanto amar.
Então...
Por tuas mãos, como instrumento
vejo-me a vibrar tuas melodias,
quando absortos entramos em êxtase,
pelos poros das mil luas que acaricias.
E o luzir do meu corpo, em lençóis de mar
A traduzir gemidos, em delírios perdidos
É fremir das trincheiras da minh'alma
Ora, revoada de aves em pleno alvoroço
Ora, dócil fêmea em profana calma.
Luciana Bianchini e Rita São Paulo
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