SONUETOS POR ODIR & STELO
(O grande mestre sonetista Oklima abre com o seu brilhante soneto:)
"ENQUANTO OS SONHOS NÃO ME DÃO ADEUS"
Não sei por quanto tempo serei som,
serei imagem viva e riso aberto,
se vai mais longe o tempo de estar perto
e a quanto tempo o tempo será bom.
Do tempo que me resta desse dom
de ser presente em meu futuro incerto,
por quanto tempo o meu olhar aberto
a cor dos céus verá no mesmo tom.
Não sei por quanto tempo de embaraços
serei procura em amorosos laços,
no que resta de beijo aos lábios meus
Eu só sei que vagueio mais espaços,
devaneando ter-te nos meus braços
enquanto os sonhos não me dão adeus!
Oklima
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(Secundado por este aprendiz de escriba, que mal escuta o murmúrio do vento, com seu:)
"MONOVERSO"
Também não sei da hora, e quem o sabe?
Às vezes penso assim e até prometo
Que ao mundo, à iminência que se acabe
Não deva eu escrever qualquer soneto
Na décima termino logo a rima
Talvez na septilha inda mais cedo
A quadra bem mais curta ainda por cima
Um seco e breve haikai mas tenho medo
Largar o meu rimar característico
Aceitar o tal destino assaz perverso
E aí tentar compor tudo num dístico
E antes de partir deste universo
Deixar meu epitáfio ensaístico
Gravado nem que seja em monoverso!
Stelo Queiroga
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Meu abraço amigo Odir.
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