SONUETOS POR ODIR & STELO

(O grande mestre sonetista Oklima abre com o seu brilhante soneto:)

"ENQUANTO OS SONHOS NÃO ME DÃO ADEUS"

Não sei por quanto tempo serei som,

serei imagem viva e riso aberto,

se vai mais longe o tempo de estar perto

e a quanto tempo o tempo será bom.

Do tempo que me resta desse dom

de ser presente em meu futuro incerto,

por quanto tempo o meu olhar aberto

a cor dos céus verá no mesmo tom.

Não sei por quanto tempo de embaraços

serei procura em amorosos laços,

no que resta de beijo aos lábios meus

Eu só sei que vagueio mais espaços,

devaneando ter-te nos meus braços

enquanto os sonhos não me dão adeus!

Oklima

-------------

(Secundado por este aprendiz de escriba, que mal escuta o murmúrio do vento, com seu:)

"MONOVERSO"

Também não sei da hora, e quem o sabe?

Às vezes penso assim e até prometo

Que ao mundo, à iminência que se acabe

Não deva eu escrever qualquer soneto

Na décima termino logo a rima

Talvez na septilha inda mais cedo

A quadra bem mais curta ainda por cima

Um seco e breve haikai mas tenho medo

Largar o meu rimar característico

Aceitar o tal destino assaz perverso

E aí tentar compor tudo num dístico

E antes de partir deste universo

Deixar meu epitáfio ensaístico

Gravado nem que seja em monoverso!

Stelo Queiroga

----------------

Meu abraço amigo Odir.

.

Stelo Queiroga e Oklima
Enviado por Stelo Queiroga em 13/09/2016
Código do texto: T5759787
Classificação de conteúdo: seguro