*A BEIRA DA MORTE*
O meu olhar descreve o movimento do meu peito
já falta pouco, partirei neste leito
Onde tanto me custa abraçar o ar
Buscar forças para provar ao amor que sei amar
Se não o fiz antes, foi por temer
O mundo, que não sabe que estou a perecer
Me importei demais com nada
Amar e viver é tudo que precisava
Num desespero de querer dar as ultimas despedidas
Percebo que o imediato era a melhor forma de viver
Percebo que cada dia vivido era uma despedida
A dor vá entranhando me o mais fundo do meu ser
Engasgo-me com um pouco de ar que me restou
Arfo-me enquanto vislumbro a aurora do último dia
Como o crepúsculo desvanecendo-se na penumbra
O lamento de não ter vivido, mais me assombra,
Me apavora do que o saber do mistério de onde vou…
Mauro J. da Silva e Marllon Neves