Dueto : Ecos de nossos silêncios
Será que não vês, será mesmo que não ouves
Este grito aflito que vem lá do fundo da alma,
De minha alma, da tua, de todas, de tantas,
Que até mesmo agora nem mais se encanta,
Se levanta e brada contra o mundo, se acalma,
E não mais clama contra o tanto que reproves.
Este silêncio sepulcral que em mim ressoa,
Como torreões dos castelos de sonhos desfeitos,
Como os balbucios de fetos assassinados,
E a solidão de amores no peito guardados,
multidão a caminhar por corredores estreitos,
muda, calada e já nem mais como antes ecoa.
Onde se perderam sonhos que sonhei, imensos,
Em que caixa de Pandora foram guardados,
Calados, mutilados, até mesmo empobrecidos,
À espera do breve momento em que, enlouquecido,
Grite ao mundo louco o muito que hei amado,
E por ele ressoe enfim os ecos de meus silêncios.
Grita em meus ouvidos, meu menino...
Grita! Podes gritar...
Deixa ecoar toda essa dor, essa mágoa,
Deixa rolar todo esse pranto, essas lágrimas,
Que, por ora, ousaram tua alma afogar...
Grita, meu menino... Podes gritar!
Mas também, se quiseres,
Chora, esperneia, esmurra a porta,
Suja as paredes da sala,
Quebra os pisos da copa,
Revolta-te! Podes te revoltar!
Esbraveja...
Que, ainda assim, estarei a teu lado
E, mesmo sofrendo calada,
Em nenhum momento,
A ti atreverei julgar...
Ah, e quando terminares, arrependido
E precisares de um colo, um abrigo,
Estarei aqui, de braços abertos,
Pronta para te consolar...
Meu amor por ti é tão desprendido
Que, mesmo que por hoje,
Se nem queres saber de meus beijos,
Empresto-te meus lábios,
Para que tu deixes ecoar aos quatro ventos
Teus silêncios mais profundos
E, por todas as partes do mundo,
Toda tua repugnância, tu possas libertar...
Meu amor por ti é tão verdadeiro
Que, ainda que por agora,
Tu nem queiras me escutar,
Dou-te de presente meus ouvidos
Para que todo universo pare e escute
O que tanto tu tens a divagar...
Meu amor é tão teu
Que, ainda que por ora,
Tu não me queiras a teu lado,
Por te achares cabisbaixo,
Sofrido, calado,
Saibas que mesmo se fosse
Pra ficar quietinha em um canto,
Apenas te observando
E aliviando todo teu pranto,
Era só a teu lado,
Que adoraria e precisaria estar...
Grita! Podes gritar...
Deixa ecoar toda essa dor, essa mágoa,
Deixa rolar todo esse pranto, essas lágrimas,
Que, por ora, ousaram tua alma afogar...
Grita, meu menino... Podes gritar!
Mas também, se quiseres,
Chora, esperneia, esmurra a porta,
Suja as paredes da sala,
Quebra os pisos da copa,
Revolta-te! Podes te revoltar!
Esbraveja...
Que, ainda assim, estarei a teu lado
E, mesmo sofrendo calada,
Em nenhum momento,
A ti atreverei julgar...
Ah, e quando terminares, arrependido
E precisares de um colo, um abrigo,
Estarei aqui, de braços abertos,
Pronta para te consolar...
Meu amor por ti é tão desprendido
Que, mesmo que por hoje,
Se nem queres saber de meus beijos,
Empresto-te meus lábios,
Para que tu deixes ecoar aos quatro ventos
Teus silêncios mais profundos
E, por todas as partes do mundo,
Toda tua repugnância, tu possas libertar...
Meu amor por ti é tão verdadeiro
Que, ainda que por agora,
Tu nem queiras me escutar,
Dou-te de presente meus ouvidos
Para que todo universo pare e escute
O que tanto tu tens a divagar...
Meu amor é tão teu
Que, ainda que por ora,
Tu não me queiras a teu lado,
Por te achares cabisbaixo,
Sofrido, calado,
Saibas que mesmo se fosse
Pra ficar quietinha em um canto,
Apenas te observando
E aliviando todo teu pranto,
Era só a teu lado,
Que adoraria e precisaria estar...