SONHO ALADO
Tempo de estar, quero tempestar,
chover, molhar, até a alma lavar.
Adentro veias, são córregos rubros,
desfaço os pensamentos mais medonhos,
brotando, do teu para o meu...
sonhos alados.
Posso amar odiando, ardendo artérias,
inflamando a alma, abrasando o peito,
golfando-me em sangue.
Sou assim, desse jeito,
um despudor, um desrespeito.
Sou uma pegada surda no espaço,
um voar alto, será que alço?
Tento!... alastro a sombra
voando em cima de mim
em movimentos soltos, redondos.
Pensas que voas! E serás alado!
Tentas!... que tu alças vôo sim.
Tentas!... que tu me alcanças... sim!
Dueto: quatro mãos, dois corações, uma parceria e, apesar da distância, quem diria... versos à luz do dia.
De Gladys Ferreria e Ocirema Solrac