Pingos na janela

Retirei a paz de minha sombra das terras inférteis de uma emoção...

Soprei para longe as nuvens de minha tempestuosa aparição...

Não mais chove, a luz e o calor abrasador não mais se recolhe para o frescor das ventanias de minha comoção!

Deixei vaga lembrança em deserto escaldante, as estrias nas areias hão de sumir, tudo volta ao estado improdutivo de antes de mim.

O sol é de todos, mas a sombra é de poucos, aqueles poucos que conhecem a doçura do mel em meio ao zumbido e a violência das abelhas...

Há terras que por mais que chova, a semente não prospera e nada se semeia!

Por isso vento na fortificação de uma linda palmeira, que verga mas não se quebra...

Chego em dia quente e chovendo evoco o mormaço do solo... Um instante de beleza em meio as tormentas de uma guerra!

Já não sou pretérito de ilusões...

Já não sou pássaro negro escravizado pelas paixões...

Tal feito aguia, espectral e livre em céu físico e sobrenatural... No repouso esplendoroso sou todas as estações de um ano

dividindo o espaço quântico nos ciclos de uma borboleta...

A cor de suas asas douradas reflete o sol com que bailo em meu caminho!

Sendo barco é o meu porto

Sendo pássaro é o meu ninho!

Eu já não dou para o improdutivo a fertilidade das nuvens ritmada com a luz cheia de vida da estrela da manhã, pois eu sou cada pingo que bate contra a janela "Dela"

Me misturo ao chão e alimento a semente de um amor nas terras onde o ouro dividia a soberania do solo com a humildade cheia de nobreza da semente!

Que o sol cumpra seu ciclo e que os ventos cumpram os seus... Louvado seja a paz tão esperada na aurora dessa era

Pois eu sou aquele pássaro que voou das mãos de Noé e triste voltou sem encontrar terra...

Mas... Finalmente conquistei morada onde a semente de meu amor floresce tão bela!

L.Thoreserc

- Libertador gotejar -

Que viver seja leve

Que a vida releve

Que o vento traga

o que a alma

e o coração consagra

Que seja doce brisa

Ventania forte

que em sua força agrada

Vendaval que leva embora

o temporal...

Vento que de forma

alguma traz tormento

não faz mal,

mas lança fora as nuvens

sem lamento

Que traga o azul e a luz

do céu que estava encoberto

Que possa brilhar,

enfim se mostrar

em todo seu contentamento

Que possamos admirar

em contemplação

para que pela luz do sol

e pela brisa do verão

sejamos libertos,

honestos, e melhores então

Não há mais deserto

Não estamos mais sós

Estamos tão perto...

Há vida em todo lugar

para sorrir e contemplar

Amar...

Não há porquê complicar

pois é natural como respirar

tão essencial, como é

para mim em minha janela

esse pingos libertadores gotejar

Assim como é para

a borboleta voar...

Bailarina do ar

buscando seu passarinho

Para trazê-lo enfim

para o seu ninho

que é o seu lugar

E de lá, ninguém

há de o tirar

A.Borboleta

Noah Aaron Thoreserc e Dourada Borboleta
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 04/06/2016
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