Dueto Literário
Minha literatura
Descobre-me, vasculha-me, folheia-me...
Leia todos meus segredos,
Em braile, devassa meus mistérios
E depois, relê-os sem medos,
Deslizando com teus dedos,
Tateando meu corpo,
Descobrindo minhas palavras...
Hoje resolvi incluir-te, atrevida,
Na história de minha vida...
Permitirei que escrevas teu nome
Logo nas primeiras páginas,
Como se uma introdução
Em meu livro...
Mas, vá com calma!
Escreva devagar e com carinho...
Sem garranchos, rasuras ou entrelinhas
Percorrendo meus descaminhos...
Deixa sempre pequenos espaços,
Entre uma linha e outra...
Não gosto de invasões
Nas páginas de minha história...
E, o principal, suprema glória,
Escreva sempre com alma, coração
E sentimento...
Prometo que tórridos, intensos romances,
Mistérios, beijos etéreos, não lhe faltarão....
Acomoda-te, agora abra minha capa,
Sinta de meu corpo a textura,
Meu cheiro e intensidade de meu interior,
Viaja por todo ele, por minha boca,
Por meus olhos e pensamentos
Sou toda tua, sou tua literatura,
Leia-me, viaja em mim...
Escrevendo em teu corpo
Às vezes, me assalta contida vontade imensa
De, bem mais que descrever, escrever por todo
teu corpo, cobri-lo todo de versos, poesia intensa,
que jorra de dentro de mim, incontida, a rodo.
Iniciaria escrevendo em teus pés, em cada dedo,
Estrofes da mais linda Ilíada jamais escrita,
Desta tão sublime Odisseia, sem temor ou medo,
Cantando-te, enlevado, como canto a própria vida.
Nos joelhos comporia apaixonadas redondilhas,
Subintes por tuas coxas roliças que me tolhem,
Detendo-me em teu púbis, como se em uma ilha,
Absorto no misterioso mister com que me acolhe.
Em teu umbigo e seios, em espirais crescentes,
Cantaria os mais apaixonados poemas de amor,
Sonetos e odes gravados indeléveis na mente,
Para este inesquecível momento de tanto ardor.
E quando concluída toda esta minha obra prima,
Em êxtase, postar-me-ia, de longe, a admirá-lo,
Atento a todos os detalhes que emolduram a rima
Deste corpo, frente a que, finalmente, eu me calo
Às vezes, me assalta contida vontade imensa
De, bem mais que descrever, escrever por todo
teu corpo, cobri-lo todo de versos, poesia intensa,
que jorra de dentro de mim, incontida, a rodo.
Iniciaria escrevendo em teus pés, em cada dedo,
Estrofes da mais linda Ilíada jamais escrita,
Desta tão sublime Odisseia, sem temor ou medo,
Cantando-te, enlevado, como canto a própria vida.
Nos joelhos comporia apaixonadas redondilhas,
Subintes por tuas coxas roliças que me tolhem,
Detendo-me em teu púbis, como se em uma ilha,
Absorto no misterioso mister com que me acolhe.
Em teu umbigo e seios, em espirais crescentes,
Cantaria os mais apaixonados poemas de amor,
Sonetos e odes gravados indeléveis na mente,
Para este inesquecível momento de tanto ardor.
E quando concluída toda esta minha obra prima,
Em êxtase, postar-me-ia, de longe, a admirá-lo,
Atento a todos os detalhes que emolduram a rima
Deste corpo, frente a que, finalmente, eu me calo