Dueto : Ao espelho


Quero-te,
Sinto-te,
Espero-te...
Ainda que não saibas
Que sou tua...
Ainda que não consigas sentir
Que és meu...
Sinto-te com tanta verdade,
Que, em frente ao espelho,
Olhando em minha face,
Te vejo
E só a ti reconheço...
Tenho-te em meus desejos mais íntimos,
Mais profundos...
E esse amor é tão puro,
Tão verdadeiro e tão meu,
Que não importas que tu não saibas
Que te amo...
Esse amor faz tão bem a minha vida,
Completa minha alma
De tal forma,
Que às vezes esqueço
Quem és tu e quem sou eu...


 
Ao ver, no vítreo cromo do espelho refletida,
A doce imagem de seu corpo desnudo, a enxugar,
Absorta, seus cabelos soltos e esparsos ao vento,
Sinto-me, de repente, tomado pelo sopro da vida,
E ponho-me a divagar pelo firmamento, devagar,
Sem que me perca em meio a tantos sentimentos.

E passeio incontido por seus pés descalços, a pisar
Suavemente no mármore que a acolhe e sustenta,
Por suas coxas ainda úmidas do banho, gotejantes,
miríades de gotas a refulgirem no momento apesar
da tênue luz do banheiro em que ora se acalenta,
seu corpo lindo refletido neste espelho cintilante.

E como se para me provocar, seus braços levanta,
Como se a espreguiçar, exibindo a perfeição de suas
formas, de seus seios túrgidos, róseos, encimados
pela delicadeza de cada aréola, que se me adianta,
mostrando como é linda, principalmente quando nua,
deliciando-me vê-la assim, cada dia mais apaixonado.

E, incontido, enlevado pela sensação deste momento,
Eu a tomo em meus braços e a conduzo a nosso ninho,
Cubro-a com beijos irreprimido ao beijar sua essência,
Incontrolado e levado pelos mais torpes pensamentos,
Loucura deste amor contido por este tempo daninho,
Que nos manteve distantes por quase toda existência.
LHMignone e Aliesh Santos
Enviado por LHMignone em 02/04/2016
Reeditado em 02/04/2016
Código do texto: T5593115
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