Rouco Gemido

Rouco gemido

O grito que te rasga a voz

renuncia aos teus argumentos

evoca barbáries

lamentos

apressa as intempéries

de todos os tempos

o grito te desata o nó

faz retalhos

provoca catarses

estragos

no abismo dos impasses

risca um atalho

Talho rouco na pele do eclipse

Faz sangrar os céus

Em magentas azulados

Gotas de medo e espasmos

Nos céus de todos os ritos !

Varamos as madrugadas desnudas

Silenciosos ecos flamejantes

Por entre fogueiras errantes

Estrelas dançantes riscadas no chão

E Enfim,

O berro ecoa lancinante

Fazendo malabarismos de instantes

E morre gelado na glote

Outra vez.

Wasil Sacharuk e Marcia Poesia de Sá.

Márcia Poesia de Sá, Wasil Sacharuk e Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 31/03/2016
Código do texto: T5590321
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