Dueto : Ciumes
 
Sim, tenho ciúmes de ti, devo confessar,
Até da roupa com que dormes (se a usas),
De tuas calcinhas, saias e de tuas blusas,
De cada peça que está teu corpo a tocar.

Sinto ciúmes do sol que queima tua pele
E que marca teu corpo como meus beijos,
Sinto ciúmes do ar que respiras e desejo
Penetrar em ti e sempre quedar-me nele.

Sinto ciúmes das palavras que balbucias,
Sinto até ciúmes de teus pensamentos,
Do suave sabor deste hálito que me inebria,

Quando me beijas a boca e, sem queixumes,
Me acolhes em teus braços e por momentos,
Confesso – até de mim mesmo sinto ciúmes.


Envaidecida...
É assim que me sinto, ao saber
Destes sentimentos obsessivos
Que cultivas a meu respeito...
Não me darei à modéstia,
Fingindo-me ofendida com este relato
Que tão corajosamente acabaste de confidenciar...
O único problema é que, agora,
Vejo-me na obrigação de baixar minha guarda
E reconhecer o que qualquer um que me olha
Consegue enxergar...
Amo-te e ciúmes, de ti, também sinto...
Dizes que sentes ciúmes das vestes
Que tocam meu corpo,
Então te digo...
Morro também de ciúmes da nudez de teu corpo,
Que, longe do meu, que sofre ansiosa, nua,
Querendo teu beijo, teus lábios, teu toque...
Se sentes ciúmes do sol que queima minha pele.
O tenho do perfume que oloriza a tua,
Enquanto minhas mãos não a podem acariciar...
Se sentes ciúmes das palavras que balbucio,
Sinto dos versos que, vez por outra,
Diriges a outras musas que te cercam, no cio...
Então, como podes perceber,
Teus ciúmes não são tão solitários,
Teus ciúmes fazem parte dos meus,
Os meus complementam os teus
E, juntos, temos e somos recíprocos ciúmes!!!

 
LHMignone e Aliesh Santos
Enviado por LHMignone em 16/03/2016
Reeditado em 04/07/2016
Código do texto: T5575880
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