Acalanto em Poesia
O mundo para almas sensíveis é destrutivo
Elas sobrevivem de pequenas alegrias, de modo paliativo
Uma vida complicada devido à sinceridade
A essência que não consegue se calar à desonestidade
Mas existe certo momento raro que encontramos outras
Que compartilham desses acontecimentos, um quase amparo
Então, apegamos a poesia como alento
Escrevemos a alma com a tinta do coração
Aliviamos por minutos o tormento
Nos entregamos a paz da ilusão
Paz que infelizmente tem duração efêmera
Que sua força perante as diárias agonias é mísera
Agarramos o sossego trazido pela beleza do verso
Mesmo que ele exprima da tranquilidade o inverso
Palavras que nos fazem pensar, que nos destroem
Palavras que nos trazem ar, que nos reconstroem
Palavras que devoram emoção
Palavras que se fazem mensageiras
Versos que se perdem em vão
Rimas encontradas em estrelas
Um baile de letras em ebulição
Dança de parágrafos que mostram
As mais belas historias de amor
Ou as mais duras e fortes sensações de dor
Força que não se cala, seja como for
Quando inspira os que choram ou os alegram
A poesia tem disso, de encantar o leitor
Com seu enredo mesclado a sensibilidade
Das almas inconformadas com a dor
Na trajetória macabra da eternidade
E um grito soado com ardor.
Ainda mais quando duas almas inspiradas se encontram
E delas sai verdadeira cumplicidade
De que as almas juntas intensamente reverberam
Mesmo no momento sofredor para a outra que passar felicidade
Sacrifica a si mesmo, suas palavras a outros e acalentam
Encontro que se faz um acalanto
De almas que se entedem mesmo em pranto
Essência de poeta que embeleza
A dor que o mundo inteiro tanto preza
Poesia é mais que alumbramento
É energia oxigénio e alimento.
Algo tão poderoso que cruza distancia e a fisicalidade
Chegando a qualquer um que leia, estando bem ou mal
Incrível que chega a anular decerta impossibilidade
A poesia na mão de almas inspiradas é atemporal
Pois fala da minha essência, para sua, dele ou dela
Não importa o local, seja lá qual for a janela
(Sandra, super honrado em duetar contigo, que venham sempre mais!)