OCASO
Se acaso me perguntes
Como ando, o que faço
Nem sei na verdade o que digo
Nem sei do caminho que traço...
Ando tão sem mim, meio no embaraço
Perdida pelas horas do ocaso
Meu olhar não insiste na procura
Não existe mais nenhum laço...
Há um frio cortante nessas ruas mornas
Há um não sei o que, nada mais se explica
Tudo está tomando um grande vazio
Ao amor ninguém mais se habilita...
Digo-te bom amigo e não duvides
São tão raros os que ainda de verdade sentem
Tudo está cada vez mais distante, mais ausente
Muitos se enganam, fingem, mentem...
ISABEL TÂNIS CARDOSO
Fugiremos para um mundo
onde amores infinitos
durarão para sempre.
Onde as mentiras não
machucam sentimentos.
E podemos usar elementos
como o ar, mar, terra, tudo
até mesmo o tempo, para
falar de um amor imenso.
Nunca seremos julgados nesse lugar.
Atos não serão medidos por palavras.
Mas quem sabe amar me entenderá.
Quem feriu e foi ferido mortalmente.
Fantasiou ou viveu um amor assim,
poesias escreveu intensamente.
Sim plantamos flores no deserto.
Criamos safiras de pedaços de vidro.
Das nossas ilusões fizemos paraísos.
Se tudo anda falso e sem amor
temos a poesia para fugir disso.
RENATO RODRIGUES