ENTRE RISOS E PRANTOS
Vede a nuvem que passa
E as folhas que caiem.
Risos e folhas se espalham,
Sede dos júbilos que em mim jazem.
Mas se implantam-se em mim prantos,
E prantos em mim cedem,
Ai de mim onde a chuva cai
E essas ervas daninhas crescem.
Vede como bem crescem
Em meus solos despojados prantos.
E as chuvas ácidas em deslizo
Liberam gases que queimam risos.
Mas basta-me que vislumbre o céu,
E erija sobre o meu ser a certeza
De que as nuvens de cinza passam;
E na alvorada risos cobrirão como véus.