Orfeu e Narciso -Nas nevoas da noite/Dueto/ Acardismo

-Destronado em seu trono que sombra é essa?
Dedilha notas soltas e tristes na lira de Orfeu
donde foi o animo musical
Toda poesia sobrenatural do curandeiro do amor?

Das pontas de seus dedos escorrem em juntura
as lagrimas de Aquiles e o sangue de seu amor
Gotas de dor profunda!

Aos seus pés dentes esfarelados
De todos os esfomeados
Que tentaram provar do pomo de ouro de Ares...

Restos dos que quiseram beber de Eros
e enroscar-se nas sedas de Afrodite
mas acredite ainda é musical o som dessa tristeza

E sobrepuja em beleza cada letra de Homero
cada saga rebuscada no idílio de seu cérebro!

O Capuz escorregou e os olhos profundo de Orfeu se revelou!
Nas nevoas da noite esconde seus segredos
Fobos ali se faz presente
Orfeu, lindamente o sente...Mas não há medo
da força é uma aragem
Fobos admira em Orfeu a coragem!

Revela tua face obscura poeta do sol
amante das ninfas
revela o fardo da tua sina!


Filho da Criação
 
O que revelar se de meu revés todos são sabedores
O que mais dizer ao mundo sobre a fatalidade?
Não é realidade que me conhecem por inteiro?


Posso redizer: O passado é e sempre será assombro!
Aceitei...
No presente fiz minha armadura
Com as lagrimas de ferro que Hades chorou
condoído com minha amargura!
o futuro é sem formas e sem cores
sem canto, sonho, amores e flores...

Persofone não visita meu mundo
Não há primavera...
só o Érobo do qual sou forjado
as gotas de escuridão do primeiro segundo
Não há primavera...
e a luz que me mostra é uma estrela pressuposta real!
uma luz negra nascida de espera!



Sonhar

 recosta-te na tua eterna dor
Abrace tua arte e a faça tua segurança
e que a noite lhe seja cobertor
Os deuses protegem os inocentes
mande Hipnos partir
deixe Morfeu te levar...
Os deuses protege os inocentes
permita-se sonhar!



Desesperança

Sonhar?
Não sabem todos os homens
que no mundo fui eu o sonhador?
Sim... Sonhar é divinal...
Mas não é eterno e quando acordar
serei espectro...
uma estrela que vista ao longe
parece ter tudo perto.
Mas em minha realidade tudo foge de minha mão!
Deuses?
Abençoam pela manhã
e na noite te lançam maldição!
Vivem pelo nosso fôlego
então que seja vingança minha tristeza
pois a alegria me escondem
me enganam os oráculos
perturbam os mares de minha natureza!
Deuses se alimentam de nosso respirar
e que seja vingança: pois lhe dou tristeza
pois me abençoam pela manhã
e na madrugada fria castigam-me sem pesar!



Enfrentamento

Belo filho do Éboro
do qual todos fomos forjados
incluindo tua fobia em se entregar...
Tua natureza delicada mistura-se com tua força
Não temes um exercito, mas teme amar!
Compreendo cada ferimento de teu corpo
cada lampejo teu que foi morto!
Não há espaço para ser ferido...
Erga-te dessa tola autopiedade
Tu que dos deuses é o preferido!
Ficaras nas nevoas da noite ocultando tua espada
e brincando com tua lira?
pare de mentir e simplesmente acredita!


Orfeu e Narciso
 
Ha! Narciso, Narciso...
Aquele que se afogou no rio
amou a si por ser partidário de meu medo!
Também lhe conheço segredos!
O que viste em teu afogamento?
O que a falta de ar lhe trouxe em teu tormento!
Te visitou a força de meu punho de ferro
te visitou minha poesia em abrir a boca do leão
Tolo Narciso, estás perdido de paixão!
O rio já não reflete tua imagem...
Onde a encontrou, em distante dimensão?
 

O Canto de Narciso

Eu te fiz erguer a pena...
O vaidoso enamorado da própria essência
espelhei o mundo com tua imagem...
Fui a poesia que desceu ao inferno por amor
mas se lá ela ficou... Não era destino!
Sim... enlaçado pela paixão
vi minha imagem em uma estrela perdida na imensidão
a mesma que esperas em teu trono
claudicado para a escuridão!
O que vi em meu afogamento?
Um filamento de luz...
Vi arte, vi poesia e esperança
Eu vi a mim mesmo!
pois somente mergulhando na profundidade
vislumbrei que tu e eu somos o mesmo ser
eu de um tempo e tu de outra era da antiga idade!



 
Um pequeno lume

Falamos de temporais...
Fizemos guerra...
Amamos... Odiamos...
Sempre em solidão!

Acendo uma luz em tua presença
quero ver o luzir dessa flecha
te assente então em meu espírito
e vivamos essa marginal e doce espera!

Fobos é companhia de Ares na guerra
Contudo o amor é batalha
e o medo se faz presente como doravante mortalha!
Então... Irei cantar!
Venci tantas vezes a morte, estou pronto para amar!
  



 
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 19/01/2016
Reeditado em 23/01/2016
Código do texto: T5515703
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