NO CANTO DO OLHAR...
Onde moram as águas do teu ser,
Onde brotam as lágrimas sem dor..
No relicário dos meus olhos...
Em superfícies da minha alma,
Em cavidades que amenizam os espinhos.
São teus orvalhos despidos neutros de cor,
Por tudo clamam as dores amargas do amor.
São alvas que brotam das tépalas,
Na ilusão do acordar quando te calas,
Quando tu, oh silêncio não falas...
E o teu odor se alcança de olhos fechados
Se abraça tem o perfume de ti que és uma só flor
Mergulhada no vento tempestivo da madrugada
Baloiçando na sua haste altaneira para ser vigiada
Quão saudoso olhar entrelinhas
Na névoa que despe-se no horizonte
Escrevendo momentos entre os ventos
Simples e ternas frases minhas,
Na definição única do instante...
E eu desisto de lutar contra o vento que sopra do mar,
Não tenho como evitar as linhas curtas são o momento a perdurar,
Um assomo de ilusões...
6/1/2015
ana ´Carvalhosa & Merlin Magiko