Pau Preto

PAU PRETO

|

Carrego vidas tristes em mim, desgracas

alimentadas pelo sofrimento,

Carrego feridas do

tempo que mesmo sarando ainda sinto suas dores

na alma.

Vidas esquecidas no mar,

maltradas nos campos

ferteis do sofrimento,

corpos massajeados pelo

chicote das palavras.

|

Carrego em mim a cor da escravatura,

Carrego em mim aparencias que se deixam

enganar, nao tenho cultura.

Carrego em mim os males do outrora,

Pau preto! O racismo nao e' de agora...

O jambire e a umbila, os mulatos das artes e a

aurora dos brancos.

|

Carrego em mim ainda as artes macondes,

as

swikelekedanas dos retratos do meu povo,

os sabores

dos machuabos ressuscitando paladares

adormecidos pelo aroma artesanal.

|

Carrego em mim pau preto,

o simbolo de uniao de

uma nacao ligada pela escultura.

Sou pau preto a madeira da vida,

que repousa em cabeceiras de um povo esculpido

de pau branco...

Cujo o seu semblante, o racismo espalha!

Gente fina, de pau branco que falta palha!

Para ser de nos pau negro, uma vassoura!

Para varrer todos os sofrimentos e cicatrizes aqui

deixados, para inaugorarmos uma nova africa

com uma fita e tesoura.

|

Porem, isto tudo nao passara de um conjunto

de

devaneios trazidos pelas inumeras obras de pau

preto, que comtemplo nesta praca...

|

Mauro Jose da Silva & Arnaldo Tembe

Adilson Sozinho e Arnaldo Tembe
Enviado por Adilson Sozinho em 07/12/2015
Código do texto: T5473174
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.