Maralta

Uma onda varreu o céu, numa maré de utopia,

transformou rapidamente as águas que navego num sequestro rude e irreparável

do que antes fora um rapto amoroso.

Oh desalento,

fez-se de tudo um caos:

métricas irregulares,

referências dispares,

justaposições de elementos contraditórios,

um caos…

Mas desconfio que nem todas as imagens revelam a direção do filme,

algumas coisas contrárias se reúnem num outro nível de vínculo.

E como disse Augusto de Campos "refletiu pela última vez em sua leve e longa vida e minguou todas as suas miríades de pensaventos num só".

Deixei o remo em casa e fui nadar,

foi só uma onda que varreu o céu,

numa maré de alegria,

um caos.

(Rodrigo Frigato) 20.04.2012

RESPOSTA A RODRIGO FRIGATO

Prelúdio Poético

É exatamente nesse átimo

De tempo que não se conta

Que ondas gigantescas de caos

Invadem nossos sentimentos

Como um filme em preto e branco

Entra em choque com as cores

Que priorizam a razão

Mas na justaposição

Da contradição que move a vida

Com métrica exata, perfeita

Coloca em ordem o pensamento

E o que era caos e agonia

Se transforma em poesia.

(Edna Frigato)

Rodrigo Frigato
Enviado por Edna Frigato em 29/08/2015
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