Tomando veneno

Tomando Veneno

Moro em uma casa de ranhuras

de paredes ja escritas em teias

vivo conjugando conjecturas

de um verso mudo de línguas

Como no prato bordado de dó

a miséria de tanta riqueza

entre a polidez coberta de pó

e a lucidez que corta certeza

Falo uma língua dissonante

que com meu som apedrejo

enquanto calo o instante

daquele beijo que não beijo

Sei que me encontro nas ruas

e deito e durmo nas tormentas

único argumento da lógica nua

é bebido em gotas peçonhentas.

Márcia Poesia de Sá e Wasil Sacharuk

setembro 2009

Márcia Poesia de Sá e Wasil Sacharuk.
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 21/08/2015
Reeditado em 09/12/2015
Código do texto: T5353918
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