Tomando veneno
Tomando Veneno
Moro em uma casa de ranhuras
de paredes ja escritas em teias
vivo conjugando conjecturas
de um verso mudo de línguas
Como no prato bordado de dó
a miséria de tanta riqueza
entre a polidez coberta de pó
e a lucidez que corta certeza
Falo uma língua dissonante
que com meu som apedrejo
enquanto calo o instante
daquele beijo que não beijo
Sei que me encontro nas ruas
e deito e durmo nas tormentas
único argumento da lógica nua
é bebido em gotas peçonhentas.
Márcia Poesia de Sá e Wasil Sacharuk
setembro 2009