Saberás...

Saberás que não te amo e que te amo

posto que de dois modos é a vida,

a palavra é uma asa do silêncio,

o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,

para recomeçar o infinito

e para não deixar de amar-te nunca:

por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse

em minhas mãos as chaves da fortuna

e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.

Por isso te amo quando não te amo

e por isso te amo quando te amo.

Pablo Neruda ( Do livro cem sonetos de amor )

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Saberás que um dia te amei

posto que de descobertas é feita a vida

a lembrança é uma asa do tempo

e a saudade tem metade de arrependimento

Eu te amei antes de saber que me amava

para cumprir o destino caprichoso

e para não deixar de amar-te nunca

por isso amo ainda que mesmo sem querer

Te amo e não te amo como se pudesse

reter nas mãos a chave da escolha

e um incerto destino descompassado

Meu amor tem muitas vidas para amar-te

Por isso te amei e luto para não mais amar

Por isso te amo quando digo que não amo

Sol Lopes

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Um pequeno atrevimento de minha parte ao tentar acompanhar

neste poema o incrível e talentoso poeta espanhol Pablo Neruda.

NOTA: Reeditado ( Novembro de 2012 )

* Falta-me inspiração para novos poemas.

S

Sol Lopes e Pablo Neruda
Enviado por Sol Lopes em 11/08/2015
Código do texto: T5342739
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