Desfecho

É o lado do avesso

que sentimos na pele,

e o direito

deixamos à mostra

para esconder

as costuras da vida.

Do lado oposto

vemos o mesmo do nosso direito

e criamos maquinações

com aquilo que deixamos exposto

encenando um teatro engraçado.

Do lado de fora

somos o que os outros veem,

e o que vestimos

torna-se indecifrável

à medida em que os fios

vão sendo tramados.

Quando todos os lados juntamos

desenhamos o desfecho do teatro

e a costura que era só alinhavo,

vai dando o nó na emenda do destino.

J & J Poesia Ilimitada®

06.04.10

Marçal Filho e Janete do Carmo (in memorian)
Enviado por Marçal Filho em 31/07/2015
Código do texto: T5330477
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