Noite raivosa & Beijo da morte

Dueto Marcos Bilac & DalvaLucia

Noite raivosa & Beijo da morte

Noite raivosa

Sinto... Precinto... Presumo

Uma coisa esquisita...estranha, obscura...

Troços, destroços restos.

Como roupas no varal depois do furioso temporal.

Disfarçadamente minha mente mente

Mas a consciência jamais se engana

Com Deus não se barganha!

Obtusa alimentando contradições.

Noite de insônia é um verso raivoso

Porque te calas? Silenciando as palavras .

Exilando, segregando, sentenciando minh’alma.

Percebendo-me fraca e doente nesta noite fria e sem lua.

Em abandono aqui dentro amorteço na companhia da fumaça de meu cigarro

Que em espiral sai pela fresta da janela se misturando a neblina que lá fora flutua

E a essência perfumada de uma vela que agonizando logo se apaga.

Dolente a agonia não desmente sentindo a palma das mãos gelada

Entre a sombra e a penumbra esmoreço...

E antes que meu leito seja féretro ataúde

Adoço o leite quente para aquecer minh’alma

Derramando meu pranto em gotas amargosas de poesia.

DALVALÚCIA

BEIJO da MORTE

Oh! Eu quero sentir, saborear o beijo

Na fina flor selvagem, que sentimos o vinho;

Ver a tua imagem nua no cobiçar,

Qual a cor é real pra castigar.

No seio desta mulher perfeita...

No beijo da morte atirada em espinhos...

-Toque doce vai adormecer a noite

A sombra assassina da beleza fresca

Mas tua voz responde em sabor:

Conterás o que sonha na cama em fogaréu.

Falecer... Quando você me deitar no teu colo,

E a tua fome matar em suor meu corpo:

E sei como posso perecer... Dentro do prazer

Um toque dessa mulher fera me devorando:

Triste pensar, que lamenta a perda dela,

Só o tempo em um abraço sedutor com ela.

Sou o temporal, que anda na tua pele suave,

Sombra da tua miragem animal!

Animado – Que lento sobre a faminta morte,

Aprisionado – Entre tua bela mulher venenosa.

MARCOS BILAC