Alma Nua  
              Por estranha Rua 


Tão desfolhada, mal amada
pelo desamor carregada.
Reluto tensa, essa cruz...
Que o destino me conduz.
Refaço em longas caminhadas,
seguindo todas as pegadas
repensadas...O que restou daquela luz,
que se tornou hoje a minha cruz?


Envolta em pranto, sou entre canto
A lágrima sem mais espanto
som de extensa dor...
No silêncio  do que foi o meu amor.
Obstinada, tão devassada...
Largada em uma encruzilhada
castigada pelo rancor...
Murcha o que era bela flor...
Abandonada, sou alma nua.
Aos olhos nus de prata lua.

Estranha rua, traços de amor...
Destroços de amor, em alma nua...


Mari Saes        e     Cleide Yamamoto