André Anlub e Rogério Camargo 174

Tropeçou numa resposta e ficou procurando a pergunta que a perdeu ali.

Interrogações batem asas, caminham, correm e nadam em seus pensamentos.

Será que isso, será que aquilo? Ou importa mais cuidar dos dedos, que ficaram doendo?

Buracos, declives e lombadas à beça... Tem que asfaltar, colocar corrimão, acostamento e sinalização nessa bufona cabeça.

Falta um Código Pessoal de Bom Trânsito. Disciplina para o que vai e vem. Para o que pergunta e o que responde. Falta? Os dedos doem demais...

Vão-se os anéis rodoviários e ficam-se os dedos; vão-se as estações de ônibus e ficam as do ano... E a cabeça ainda cheia de buracos e interrogações.

Talvez uma boa providência imediata seja calar a buzina. Pelo menos já instalou faróis de neblina...

Tropeçou numa pergunta e ficou encucado, pois já tinha uma resposta antiga.

Pergunta e resposta: um par de sapatos? Um par de rodas para a motocicleta? Um par de lentes para os óculos? Os dedos não param de doer. Agora simetricamente.

À rodovia um adendo: espera sua travessia outra vez. No horizonte o talvez da sua chegada incólume... Apesar dos dedos doendo.

Encosta num belvedere. Fica olhando o viaduto que vai do nada pra lugar nenhum. E conclui que talvez seja hora de simplesmente olhar por onde anda.

Rogério Camargo e André Anlub

(12/6/15)