Dueto - SAUDADES

Saudades! Sim... talvez... e porque não?

Se o nosso sonho foi tão alto e forte

Que bem pensara vê-lo até à morte

Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!

Que tudo isso, Amor, nos não importe.

Se ele deixou beleza que conforte

Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,

Para mais doidamente me lembrar,

Mais doidamente me lembrar de ti! ( FLORBELA ESPANCA )

Saudades sim, quantas ainda hei de sentir

Deste amor tão forte em mim, que grita

E não o vês, pois nada sentes por mim

Fui apenas alguém a fazer-te companhia

Tantas vezes lutei pra esquecer-te

E retornas a minha procura e pra quê?

Para ferir-me ainda mais, fui ingênua

Dolorosamente encontro-me a chorar o perdido

Mais uma vez nos perdemos, na verdade nos perdemos

sem jamais termos nos achado...

Isabel Tanis e Florbela Espanca
Enviado por Isabel Tanis em 11/06/2015
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