Poeme-se... Já!
Para não se perder nas armadilhas dos vazios
Que te deixa no buraco negro do espaço vadio
Para aliviar o sabor acre da cruel existência
Perdido no vácuo sem espaço para o toque carnal
Para que sempre possa amenizar da vida, os dramas
E deter a companhia necessária para as tuas chamas
Para não ator... Doar-se da inutilidade do tempo estreito
Onde é escravo das artimanhas e façanhas dos sujeitos
Para colorir de abstratos o prisma da nua realidade
Tão crua e insensível que precisa da cor da fantasia
Para encantar os óbvios de maviosidade.
Dando a eles um retoque de sensibilidade
Poeme-se...
Para não deixar despercebido: o fino véu transparente
Da beleza que cobre toda a fealdade nua da infelicidade
O doce alimento das idealizações puras e irrealizáveis
Dourando a pílula dos sonhos das não concretizações
Para que possa da simplicidade bem assombrar-se
E ter nela a sua doutrina possível das realizações
Para que em ti, acesas, brilhantes, iluminadas de neon
Todas as luzes permaneçam estrelas com tapetes de visom.
Poeme-se...
Lufague & Hilde