Dueto com Florbela Espanca
Esperas...
Não digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!
Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços…
Não vás ainda embora, ó sombra amiga! FLORBELA ESPANCA
Mesmo assim me destes adeus, pensei-te amiga
Agora, nada resta, somente a dolorosa saudade
De um tempo que fora de tantas alegrias
Me deixastes sozinha no mundo, que maldade!
Sinto falta dos ternos abraços, uma acolhida
Vejo-me perdida, largada, que vida ingrata!
Nem sei pra onde vou em meus fracos passos
Que triste sina, sina madrasta!