POEMA DA VOLTA

Naveguei ao acaso, sem norte, nem rumo

Viajei em um batel, com destino ignorado

Naufraguei nas brumas e perdi meu prumo

Voei pelos céus feito um doente alucinado

Fui levada pela desventura e pelo desatino

Feito um menestrel que procura melhor voz

Como se fora alguém que quer o seu destino

E vai encontrar e lutar contra o valente algoz

E era eu a “Nau Lu”, desnuda e destroçada

Bailando ao som de caliente tango argentino

Que encontrou um poeta muito bem inspirado

A dançar faceiro como se fora um portenho

Em meu mar de desvarios quase me afogo

Diante das ondas em fúria numa ressacada

Ancorarei em tua praia exaurida e fatigada

Na solitude da areia, senti teu suave afago

E ergui-me, sustida em teu regaço amigo

Vou descansar no teu colo que é meu abrigo

Sorvendo a brisa balsâmica no teu contato

Que me aquece e me sustenta feito alimento

Ao caminhar pela orla ensolarada, contigo

A vida se transforma em aliança comigo

Comecei a sorrir, crendo que ainda posso

Sentir as emoções que antes eu guardara

Encontrei a ti e emergi do fundo do poço!

Lourdes Ramos & Hildebrando Menezes

Navegando Amor e Lourdes Ramos
Enviado por Navegando Amor em 25/05/2015
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