Loba x Lobo

A LOBA

Você me acolhe em seus braços
Como se fosse para sempre
Com a fome de um Lobo
Sustenta minha fantasia
Me entrego aos seus beijos
Doce, sem nenhum passado
Suave, como pela primeira vez
Aberta para sua sede
Satisfeita com sua alegria
Felina em todos os gestos
Invadindo sua solidão
Sem pedir nenhuma licença
Atravesso sua poesia
E ando à espreita de sua pele
Pelada na minha
Adivinhando o próximo momento
Que estarei na sua rede
Sintonizada entre a dor e o desejo
De comer esse Lobo
Entre o gozo e a esperança
De uma eterna paixão




O LOBO


Vagante por estepe insípida e sem cor,
alheio, sem dor, sem amor, sem receios,
Eis-me lobo faminto à espreita da presa,
Que vislumbro se aproxima atrevida.
Penetras meu espaço, sem passado, sem temor,
Tímida e ansiosa pelo arfar de teus seios,
em passos firmes no aguardo da surpresa
do instante final e vital de tua própria vida.

Felina e suave caminhas em minha direção.
Adentras minha solidão e devassas fantasias
Sem licença, ao alcance das garras que num reflexo
Armo e me lanço sobre ti em ânsia ferina.
Afoito, com dentes dilacero tua pele, ao chão
Te subjugo ao coito, trespasso-te com poesias
E indecências, sacio a sede de teus seios, de teu sexo,
Atento ao momento mágico de suprir tua sina.

Ao sentir tuas garras que me laceram – Surpresa!
Prisioneiro de tuas coxas que me cingem,
Constato, sintonizado entre a dor e o desejo,
Que ao tempo em que te aguardava como presa,
Era a esperança e o gozo de uma loba sem pejo.
LHMignone e Angela Lara
Enviado por LHMignone em 21/09/2005
Reeditado em 20/10/2013
Código do texto: T52464
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