Inquietude
A noite rasteja entre clamores e fantasias,
são somente faíscas no abismo do infinito,
invariavelmente o poeta se sente dominado.
Mesmo que os dias resvalem lampejos de alegria,
são somente inspirações nos bafejos da decepção,
ainda assim, o poeta busca o verso sem metáforas,
tenta inutilmente definir seu lado sorridente,
mas, um verso triste, acaba por ganhar maior sentido.
A noite busca o dia, deixando-o na porta do poeta,
este, ao levantar, esquece momentaneamente a tristeza,
porém, tem plena convicção de que ao retornar a noite,
trará de volta, outro verso melancólico, então o poeta,
se vê novamente fantasiando o óbvio pra se perder no vazio.
Vitória/Minas
28/10/2010