PURO ÓDIO
Gosto dos venenos mais lentos
Das bebidas mais fortes!
Dos cafés mais amargos!
Tenho um apetite voraz
E os delírios mais loucos
Você pode até me empurrar
De um penhasco
Que eu vou dizer:
E daí?
Eu adoro voar!!
(Clarice Lispector]
Verme, que teus filhos sejam todos
amaldiçoados com a fúria de um gigante
que não sobre viva alma
dessa raça de arrogantes!
No enterro deles, tu estarás presente
Solene, mas em gritos de desespero
Sei que trazes na genética, na alma, no coração
A natureza imunda dos seres mais desprezíveis
Tens a podridão em teu peito, recheado de solidão
Habitas em ti, ó verme, a mais terrível peçonha
Vives para denegrir, ofender, perturbar e transgredir
Sabes como ferir a alma de um ser vivente
Não tens princípio nem glórias, só te resta a vergonha
Esconjuro todas as tuas gerações, para que paguem a pena
E sintam na carne podre toda dor e todo lamento
Como uma espada cortante, rasgando tudo por dentro
Amaldiçoado seja teu ventre, tuas entranhas, teu sexo
Que nunca mais sinta prazer, que o desejo perca o nexo
Para todo o sempre sofra, arrastando-se como serpente
E de teus pecados te arrependas, e de todo o amor ausente
Entre o trono de Lúcifer busco energia contrária
Serás pó em solas de sapatos
Serás o nada e nem força para chorar terás
Pelo ódio que te encapo busque socorro
Maldito seja o teu ser e toda tua geração
A alma que jaz esta terrível maldição
A água não molhará, o fogo não queimará
Só a ti mesmo em chagas verás!
Um líquido preto escorre de ti, a essência maldita
Igual o teu viver, o ódio é como uma gelatina
Derrete-se e toma conta de todo o ser
Anjos caídos, todas as legiões se manifestem ao teu lado
Enxerguem todas as suas lamúrias, perdeste toda graça
Diante de ti todos os demônios desfilam
Celebrando tua angústia, vibrando com tua penúria
Não és digno de pena, e nem mesmo de perdão
És verme que chafurda na lama, na imensa podridão
As lágrimas que de ti caem, percorrem um caminho obscuro
Escorrem junto com teu sangue, líquido peçonhento e escuro
Tua angústia é merecida, é a paga por tanta maldade
Malditos sejam teus dias, que tuas noites sejam de tempestade
Verme, que teus filhos sejam todos
Amaldiçoados, com a fúria de um gigante
que não sobre viva alma dessa raça de arrogantes!
FRANCIS E CISNE NEGRO
Nota da autora: Sempre retrato o amor ou algum outro sentimento nobre em meus poemas, porém não resisti ao convite de meu amigo Cisne para destilar um pouco de ódio, mesmo que seja da boca para fora! rsrsrs
Vale reiterar que foi apenas meu eu-lírico quem compôs esses versos carregados de peçonha!!! No coração desta poeta há apenas amor, não abrindo nenhum espaço, por mínimo que seja, para um sentimento tão negro quanto o ódio...