A Procura de Mim

Se a alma tem beleza,

prendo a mim teus limites

na liberdade do ser,

do ter, do nada.

Na emoção da primeira lágrima,

sou apenas um ser condicionado

que ocupa um espaço,

nada sendo, o que nada faço.

Talvez eu queira um disfarce,

meus pés livres, soltos, vazios,

como um não ter ninguém,

um querer ficar só,

solta em meus desejos.

Busco na vida o acalanto

para enternecer meu ego,

e fustigo a cálida rigidez,

que me quebranta a lírica,

e tento entender o destino.

E assim observando o nada

que se avizinha aqui,

sigo a direção oposta

do que se fez em mim,

sou da mutação, a lógica,

invariavelmente inacabada.

Natal RN/Itabira MG

20/02/10

Marçal Filho e Conceição Bentes
Enviado por Marçal Filho em 26/04/2015
Reeditado em 28/06/2015
Código do texto: T5220657
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