A Procura de Mim
Se a alma tem beleza,
prendo a mim teus limites
na liberdade do ser,
do ter, do nada.
Na emoção da primeira lágrima,
sou apenas um ser condicionado
que ocupa um espaço,
nada sendo, o que nada faço.
Talvez eu queira um disfarce,
meus pés livres, soltos, vazios,
como um não ter ninguém,
um querer ficar só,
solta em meus desejos.
Busco na vida o acalanto
para enternecer meu ego,
e fustigo a cálida rigidez,
que me quebranta a lírica,
e tento entender o destino.
E assim observando o nada
que se avizinha aqui,
sigo a direção oposta
do que se fez em mim,
sou da mutação, a lógica,
invariavelmente inacabada.
Natal RN/Itabira MG
20/02/10