LICOR

Da tua boca bebo as sílabas da tua pressa

Tens o medo de perder a vida na voz de acontecer

O ruído do eco que o sol verá ao entardecer

Comunicar das ondas corporais

Suspiros entre uis e ais

Lábios bebíveis

Sensações incríveis

Viajar entre as profundas ilusões

De corpos juntos e reunidos

No limiar da energia que deles emana

Orientadores de mentes e sonhos

Jorrados da montanha dos sentidos

E, mais uma vez conciliados, unidos

Unidos em laços perfumados

Por entre rosas que florescem nos corações

Poesia das almas, paixões

No ápice do sentir do amor

Respirar o ar que nutre com queimor

Sem pressas de querer ou abraçar

A nobre arte de saber silenciar

Uma e outra letra escondida

Por detrás de um ponto final

A exclamação mais que pretendida

Sem conter a voz que libertar

Dar e receber alento, amar

Despir-se do nada, abraçando tudo

Correr na ilusão do profundo

Entender os sonhos, as quimeras

Rejuvenescer com o amor da primavera

Sem reticências, apenas perfumes

Letras que nos envolvem

Tais lençóis em linhas de flanela

Que nos aquecem no mimo da estação

Seja inverno ou seja quente o verão

Onde queiram as frases nos conduzirão

Lençóis noctunos nos cobrem no silêncio,

Surgem fagulhas enquanto murmuramos palavras

Crescem as nossas ilusões,

Nascem lavas

E no imaginário, ampliam-se as visões

Tão frágeis quanto as manhãs

E rígidas quantas as noites

Em tardes mornas de desassossego

Onde calados brincamos

E desvendamos nosso segredo

a´C & Merlin Magiko

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko e a´C
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 25/04/2015
Código do texto: T5220260
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