LICOR
Da tua boca bebo as sílabas da tua pressa
Tens o medo de perder a vida na voz de acontecer
O ruído do eco que o sol verá ao entardecer
Comunicar das ondas corporais
Suspiros entre uis e ais
Lábios bebíveis
Sensações incríveis
Viajar entre as profundas ilusões
De corpos juntos e reunidos
No limiar da energia que deles emana
Orientadores de mentes e sonhos
Jorrados da montanha dos sentidos
E, mais uma vez conciliados, unidos
Unidos em laços perfumados
Por entre rosas que florescem nos corações
Poesia das almas, paixões
No ápice do sentir do amor
Respirar o ar que nutre com queimor
Sem pressas de querer ou abraçar
A nobre arte de saber silenciar
Uma e outra letra escondida
Por detrás de um ponto final
A exclamação mais que pretendida
Sem conter a voz que libertar
Dar e receber alento, amar
Despir-se do nada, abraçando tudo
Correr na ilusão do profundo
Entender os sonhos, as quimeras
Rejuvenescer com o amor da primavera
Sem reticências, apenas perfumes
Letras que nos envolvem
Tais lençóis em linhas de flanela
Que nos aquecem no mimo da estação
Seja inverno ou seja quente o verão
Onde queiram as frases nos conduzirão
Lençóis noctunos nos cobrem no silêncio,
Surgem fagulhas enquanto murmuramos palavras
Crescem as nossas ilusões,
Nascem lavas
E no imaginário, ampliam-se as visões
Tão frágeis quanto as manhãs
E rígidas quantas as noites
Em tardes mornas de desassossego
Onde calados brincamos
E desvendamos nosso segredo
a´C & Merlin Magiko