Lado a lado – Um duo
Meu coração, asas de borboleta,
alça suave voo pelas alamedas
onde cada esquina, outrora obsoleta,
hoje guarda a poesia procedente de você.
Em cada pétala de rosas no jardim
É explorada pelo curioso beija-flor
Que passeia lépido, dançarino ligeiro
Dançando ora para cá, ora para lá
O que os olhos vêem é muito pouco
diante do magnetismo que me alicia,
os lábios falam e nada dizem, tampouco,
nada em coerência com o que me alivia.
É uma deliciosa e demorada sinfonia
Nesse festival de gestos encantadores
Que nos fascina pela sua genial magia
Vê-se colocada em questão todas as dores
Todo sentimento junto se extasia
sem, portanto explicar ou descrever
essa imensidão que me arrebata e mata,
esse quê inusitado que me prende a você.
Há um forte simbolismo que ata e desata
Que prende e liberta os elos da corrente
E dessa experiência tudo mais arrebata
Em fusão de corpo e alma, espírito e mente
Nessa hora a razão adormece...
Deixa para a emoção tudo o que acontece,
seus passos ganham caminhos dentro em mim
e me perco em labirintos sem começo, meio e fim.
Ficamos entorpecidos diante do ocorrido
Mar, terra e ar como em um só sustenido
Nossos olhares cruzam em entendimento
Dá-se eletromagnético ato compactuado
Nesse enlevo eu me traslado...
Sigo seus traços, seus laços, seus rastros,
tudo o que me leva a encontrar você
para vivermos a eternidade, lado a lado.
_Carmen Lúcia_& Hildebrando Menezes