Morte e ressurreição de um poeta... Um duo
Sangra, agora, seu coração...
Pelas dores das perdas afetivas
Mudo, destroçado, descompassado.
Nas veias corre tudo desnorteado
Quer bramir um verso,
despertar a emoção...
Tendo como foco o universo
Girando o mundo em toda direção
Mas cala-se ante o gemido que brota
confirmando a triste derrota.
A palavra estancada na garganta o sufoca
Não sabe como chegar até a amada
Sangrando assim, não é capaz...
Sangrando assim, seu verso jaz.
O que o impulsiona é um pouco de paz
E a lembrança amorosa e desesperada
Outrora voava com a fantasia,
som de violino em feitio de poesia,
seus versos percorriam céus e terras...
Como combustível do seu dia a dia
Transmutava ao som da melhor melodia
Enquanto navegava em mar bravio
Era o amor indo ao encontro de almas vazias.
Pisotearam o poeta, tiraram-lhe a visão,
Rasgaram os seus versos, escarraram suas rimas...
Assim preenchia e esboçava a sua poesia
No desesperado intuído de reviver a magia
De recriar, de sobreviver à letargia
Amores perversos, almas desumanas,
maldade imbuída na mente humana...
Como combater essa doença infame
Se lhe falta à energia que o inflame
Hoje, um farrapo vagueia pelas esquinas,
um resto de inspiração o incita à nova vida...
Vai buscar no fundo do poço a sua esgrima
É a esperança que a tudo move e fascina
Não quer se deixar abater feito menino
E tateia as emoções pelos cantos, perdidas,
restaurando seus versos, resgatando suas rimas...
E a alma agradece por ter de volta o poeta
Que com suas novas composições nos apaixona
Faz da arte o oxigênio que o alimenta
Esculpindo sua alma... Um verdadeiro artista!
Carmen Lucia & Hildebrando Menezes