GRATIDÃO
Não defendo - e nunca defendi - que se pague um favor, seja lá qua for, grande ou pequeno, com a adesão sistemática do beneficiado ao seu benfeitor, principalmenteno que tange ao alinhamento eleitoral. Mas devemos respeitar e ser gratos a quem nos ajudou num momento difícil. Mesmo dando a volta por cima e alcançando posição e estabilidade financeira, o homem de verdade não pode e não deve esquecer quem lhe beneficou no tempo das vacas magras, das dificuldades, nos maus momentos. Há que haver o sentimento de gratidão. E a humildade de se reconhecer devedor. Se fomos humildes na hora de receber o favor, devemos proceder da mesma forma quando estivermos em melhores condições de vida.
Mas nem sempre acontece isso. Pelo contrário, o beneficiado costuma esquecer o seu benfeitor, e, naõ raro, de forma indigna e covarde. Não podemos esquecer da imagem histórica do César esfaqueado, sangrando e perguntando perplexo: "At´w tu, Brutus, meu filho?!!!". Augusto dos anjos comparou a ingratidão a uma pantera e execrou-a com um verso célebre: "A mão que afaga é a mesma que apedreja".
Há ene condenações à falta de humildade e à ingratidão, à traição e ao "esquecimento" dos beneficiados dos favores que receberram dos benfeitores. Para mim a melhor delas é de Shakespeare: "A experiência nos ensina que a humildade é a escada que se serve a ambição para atingir o fim desejado. Desde que chega ao cimo, elqa voltaq as costas à escada, dirige o olhar para os céus e desdenha dos humildes degraus que serviram para a sua ascensão". Viva a gratidão.